querermos cantar, querermos tocar, querermos escutar.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

"Coisinha do Pai" só foi acordar o robô em Marte por causa da engenheira da Nasa, Jaqueline Lira, que foi uma das criadoras do robô. Grande fã da Beth Carvalho, teve a idéia dessa música acordor o robô como forma de homenagear seu país natal, o Brasil e também porque como o robô era cria sua, era pra ela uma "...coisinha do pai...". Deus entrevistas no Jô Soares, em jornais, revistas, explicando a história e falando do seu carinho pela Beth Carvalho. As duas acabaram se conhecendo e tirando fotos juntas para Revistas, etc..."

POST INTERATIVO!

Qual música tocaria no seu
- Funeral
- Nascimento
- Momento de grande felicidade
- Momento de tragedia total.
Qual musica representa o seu
 - Humor
 - Momento de vida

E se vc fosse uma música, qual seria?!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Beatriz chamada Márcia

Beatriz se curva até o chão e dá um beijo rápido na testa de sua prima.
- O fim de semana será ótimo, prometo. - diz ela enquanto implora para que seja mesmo verdade.
Seus tios tinham viajado então ela seria mãe nos próximos dias, pensava em maneiras de ser assim enquanto a pequena engolia o controle remoto.
- Já sei, vou pegar uma coisa que gostava muito de ouvir ainda menina!
Remexeu suas coisas até encontrar uma fita cassete pequena, que contava a história do Rei Leão. A carregou nos dedos e então mostrou à sua criança.
A menina, assustada, apenas disse:
- O que é isso?
Beatriz, primeiramente, riu. Não era uma hora para desapontamentos, ela só achou que seria mais fácil. Ela só. Com vontade de iniciar uma nova conversa antes que sua prima encontrasse uma bola de gude para ficar presa em seu intestino, disse rapidamente:
- Tem alguma coleguinha chamada Beatriz?
- Não, é nome de gente grande.
Ela novamente parou por um instante, e o ar saiu um pouco mais acelerado de suas narinas. Ofegou um pouco pensando em todas as crianças que conhecia, e bem, não havia nenhuma Beatriz. Então Beatriz, sabiamente, profetizou:
"Beatriz é a nova Márcia, assim como Julianas, Camilas, Paulas e Danielas. Serão castigadas a se chamarem Sônias, Nilmas e Sandras esses nomes que não imaginamos ao olhar pra o rosto de um bebê."
Beatriz respirou fundo mais uma vez e disse bem baixinho:
- Ninguém escolhe crescer.

Música de Raiz (2) o Reflexo da Alma

Convenhamos e venhamos que essas músicas, junto com o momento em que foram compostas mostram como a música é o reflexo da alma de uma nação.

  Nada como uma aula inspiradora...

Música de Raiz

Bom, ao contrário do que a maioria pensa da sim para fazer uma música "moderna" que ainda utilize suas raizes e exemplos como nação zumbi e Caetano Veloso estão ai para nos provar! Valoriar sua história, seu país e suas heranças músicais é valorizar a si mesmo. Na minha opnião nada reflete mais a identidade de uma nação do que sua música que passeia por sua história.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Grupo Molejo - Vou voltar pra sacanagem!!

Inspiração ou Transpiração na Música Popular Brasileira?

A existência da inspiração, estro, engenho poético ou qualquer outro nome que se lhe dê, dentro do processo de criação de uma obra é motivo de muita polêmica. Os crédulos não abdicam de terem sido impregnados pela aura, enquanto os descrentes classificam de pueris tais enlevos. Uma coisa é certa: tem que haver o catalizador imprescindível que é talento. Sem ele não adianta ser inspirado ou diligente. O resultado será sempre pífio. Vamos para a gangorra.
Manuel Bandeira diz: "Não faço poesia quando quero e sim quando ela, poesia, quer". João Cabral de Melo Neto acha que tudo resulta de uma elaboração mental. Paul Valery afirmava: "O primeiro verso é editado pelos deuses". Carlos Drummond de Andrade - "não sou do tipo que senta e diz: vou criar uma poesia e conseguir". Stravinsky era enfático: "A inspiração vem do trabalho". Na música popular as divergências não são menores. Uns repudiam, outros decantam. Chico Buarque se analisa. "Sou um bom artesão. Trabalho bem com as palavras. Só que às vezes vem um lampejo, uma idéia luminosa - esse lance eu não domino. Por esse eu não respondo. Esses momentos mágicos me surpreendem". Edu Lobo: "O brasileiro é vidrado em negócio de inspiração, uma coisa quase religiosa, realmente mística. Acho que como proposta essa dependência da inspiração é a coisa mais atrasada e incrível. A música é o resultado de um trabalho muito duro". Caymmi se justifica - "não faço criações a não ser espontaneamente, eu não tenho fábrica de canções. Não sei fazer nada sob encomenda. Por isso sou considerado preguiçoso". Vandré ainda lúcido: "Sou um profissional de comunicação. Posso garantir que se você me pedir uma canção de amor, eu te dou amanhã, tão boa ou melhor que todas que fiz". David Nasser fala de Ary barroso: "O Ary fazia música por inspiração. Não fabricava. Tinha a febre santa. Onde ela baixasse sacava uma pauta e gravava no papel a melodia". Caetano sempre inspirado: "Inspiração quer dizer: estar cuidadosamente entregue ao projeto de uma música posta contra aqueles que falam em termo de década e esquecem o minuto e o milênio". Tom Jobim é racional: "Tem aquele compositor que diz que é 5% de inspiração e 95% de transpiração. É verdade". A verdade é que a frase foi cunhada pelo gênio-monopolista americano Thomas Edison e dizia: "O gênio é 1% de inspiração e 99% de suor". Noel Rosa, segundo seus contemporâneos, era um privilegiado quanto à criação pois a sua relampejava em cima do fato. Sobre inspiração ele dizia: "Eu só faço samba quando estou inspirado. Não procuro forçar mesmo porque não adianta. Quando a bossa falta nem um homem com poderes divinos é capaz de compor". O eclético Braguinha também se manifesta: "Nunca fiz força para fazer música. Todas saíram tão naturalmente que nem senti e quem sabe é esse o segredo do sucesso". E na história da MPB realmente muitos sucessos surgiram, segundo os protagonistas, desse encantamento súbito. Noel narra como surgiu o Até. Amanhã (até amanhã/se Deus quiser/ Se não chover/ Eu volto pra te ver, ó mulher) no seu retorno de uma excursão ao sul. "Deixei uma mulher e levava saudades. Fui para o canto do navio, pedi uma bebida, acendi um cigarro e o samba nasceu espontaneamente". A Saudosa Maloca de Adoniram existiu na Rua Augusta onde passava sempre. Certo dia começaram a demoli-la e a música veio de estalo. Fio Maravilha teve suas primeiras estrofes brotadas no Maracanã após um gol inesquecível do crioulo. Tom Jobim, contrariando sua teoria de estiva, conta como surgiu a belíssima Por Causa de Você (Ai, você está vendo do jeito que eu fiquei/ E que tudo ficou). "Dolores fez a letra com um lápis de sombrancelha, o instrumento que tinha na mão para não perder o momento de inspiração. Isso aconteceu numa sala da Rádio Nacional quando eu dedilhava a melodia. Dolores fez a letra em cima da perna, em cinco minutos". A letra de Arrastão, segundo Vinícius, também nasceu em cinco minutos. "Tom dedilhava o piano e eu escrevia a letra. Tudo espontâneo", 1961. Sucesso estrondoso bossa-novista de O Barquinho (Dia de luz/Festa do sol/E o barquinho a deslizar). Ronaldo Bôscoli depõe - "já tive inspiração de letras em diversos lugares, diversas situações: tomando banho, meditando ou emocionado por um fato como foi o caso do Barquinho. Um dia Menescal e eu voltamos de uma pescaria, sentamos na varanda e escrevemos a música de ponta a ponta: ele criou a melodia, e a letra saiu inteira". Muito mais podeia ser contado. Deixo aos leitores a escolha entre a sudorese e o encantamento.

ARTIGO POR RENATO VIVACQUA

domingo, 10 de abril de 2011

a menina dança, por móveis coloniais de acaju.

Ralar na boquinha da garrafa: vou não, posso não…

por Lucas Rossi

Depois de todo Carnaval, nosso cancionceiro ganha novas músicas. Nesse ano ficaremos com Minha Mulher Não Deixa Não e Liga da Justiça (Foge Mulher Maravilha) na cabeça. Só para você ter uma noção do sucesso dessas músicas: somadas as visualizações no YouTube dos dois vídeos o resultado ultrapassa a casa dos 11 milhões. Enquanto isso, o vídeo em que João Gilberto e Tom Jobim cantam Garota de Ipanema não chega aos 2 milhões. Isso não é uma crítica, é apenas uma constatação.
“Super-Man ficou fraco, o Pingüim jogou criptonita. Lex Luthor e Coringa roubou laço da Mulher Maravilha”, é assim que começa o sucesso Foge, Mulher Maravilha (foge, foge). Certamente o balanço da Mulher Maravilha não ”é mais que um poema“, muito menos “a coisa mais linda que eu já vi passar”.
Sempre quando escuto essas canções que grudam em nossos cérebros me pergunto de onde vem a inspiração. No que será que o Cumpadre Washington pensava ao compor esse incrível verso – que considero um dos mais clássicos da música popular brasileira pós-moderna: no samba ela gostou do rala rala, viu a boca da garrafa não aguentou e foi ralar.
A inspiração surge de todos os lugares. Artistas unem referências, experiências e criatividade. Quando Maurice Ravel compôs seu famoso Bolero, ele nada mais queria do que fazer com que sua música fosse assoviada pelas ruas de Paris. Agora, qual era o desejo do Latino ao compor Festa no Apê? Algumas músicas parecem que não têm razão de ser. Eu as chamaria de arte contemporânea: fragmentos sem conexão que nunca sabemos se é genial ou banal (segundo um amigo entendido do assunto, “arte contemporânea têm muita conexão e quer dizer muito mais do que parece. É uma continuidade e não fragmentos”)
O Chimbinha e da Joelma têm sua importância. Fazem coisas geniais – e isso não é para soar irônico. Roberto e Erasmo Carlos já foram considerados bregas, hoje são referência. O tempo passa, o tempo voa e os conceitos mudam. Hoje, fugir da Mulher Maravilha ou dizer que você não quer não (pode não, sua mulher não deixa não) é brega, amanhã pode ser genial.

fonte: musicoteca.