querermos cantar, querermos tocar, querermos escutar.

sábado, 28 de maio de 2011

que som é esse?

por todos os cantos eu corri até poder-me cansar e, sentado em minha velha poltrona, relaxar no surdo daquilo que procuro. é tanto, mas tanto procurar que, às vezes, só ouço o barulho do ar tentando passar pelas minhas narinas, minha boca aberta e meus ouvidos escancarados. o som que vem de fora e que eu ouço como assobio todo santo dia. quantos meses fazem desde que eu comecei a procurar?, você me pergunta. mês é pouco, e ano menos ainda. o tempo de uma vida é o tempo que mede a minha procura. o que eu procuro, então, é o quê? faz tanto tempo que eu nem sei direito. o que é que eu procuro tanto, hein? algo que se encaixe, um botão ou barbante? um fio que passou ou um rio que secou? um sino, igreja, padre, freira, judas na mídia, maria, o que foi, meu bom josé? não, nada disso. eu procuro o meu som/o meu silêncio. quando silencio em mim, ouço o barulho de dentro de mim e procuro respirar menos pra poder escutar essa maravilha. uma orquestra viva! meu deus, que orgulho de mim mesmo: eu, meu próprio maestro sem nem mesmo levantar as mãos, sem nem mesmo ter feito soundpainting. não precisei tamborilar o sono, não precisei piscar a pálpebra: o que eu procuro sempre esteve dentro de mim, para variar.

2 comentários:

  1. para você chegar à uma conclusão. para você saber, é porque aquilo em algum momento esteve em você.

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  2. você é uma música! que eu gosto muito de ouvir.

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