Estávamos sentados sobre um sofá enorme, mas encolhidos como se não coubessem dois. Na sala ao lado as pessoas riam e dançavam, cantando sozinhas, às vezes.E nos olhávamos fundo, como se coubesse tudo em nossos olhos, como se tudo que quiséssemos saber estivesse ali, como se fosse música.
E era. A primeira música não se fez ouvir, e os meus dias se tornam música sem precisarem ser ligados a alguma nota ou melodia. Sinto música, sorrio música, choro música, rio música, olho música, espero música.
Se cada pedaço do que eu vejo, do que eu sou e do que existe é uma música, então esta acabou por se tornar um pedaço de tudo, e coube tudo ali.
Ninguém precisa ouvir o ritmo, se até o silêncio é ritmado.
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