querermos cantar, querermos tocar, querermos escutar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

cartas rasgadas

De batom vermelho, malas prontas, coração na mão. Vou seguir viagem, seguir em frente, em busca. A parte mais difícil é o silencio que fica, quando eu não escuto a sua voz de passarinho.
Preciso ir, eu quero ir. Dessa vez não é fuga, nem escape, é em paz e mesmo assim morrendo de medo. Um medo que me deixa com frio e com um gosto que trava no canto da boca deixando tudo com tom de saudade. Vou seguir viagem, seguir, seguir em busca do que cantar. Cantar mesmo que fora do tom, mesmo sem saber a letra, mesmo que não tenha ninguém pra ouvir. Cantar baixinho, pq todos os começos são mais fáceis de se tragar quando são sussurrados ao pé do ouvido. Pé ante pé,caminho a passos vagarosos que não sabem pra onde vão, mas ainda assim caminham.
Só não se esqueça de mim. Não se esqueça do mar, da vista, do pé de manga, das melodias desafinadas, das bobas musiquinhas de amor, daquelas que a gente inventou e se esqueceu na mesma hora. As 7 flores que inundam o meu coração inteiro, transborda e acalma. Não se esqueça do colo, do violão sem cordas, das ondas.
E se eu disser que eu to indo embora não me deixe ir, sabote minha partida.
Um dia a nossa musica vai tocar no rádio, e você só vai se lembrar do refrão.
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Eu nunca te escrevi este texto, não por que não tenha o que dizer (quem poderia negar as mil-páginas da paixão?), mas por medo: “eu não tenho medo de você, eu tenho medo é do amor”, eu tenho medo da dor e de tanto querer que possa um dia me esquecer do que sou (um pirata do coração de pedra) e eu não quero que você vá, não quero chorar na sala porque você fez as malas e sequer se lembrou de devolver metade de mim. Não quero a saudade para embalar minhas noites sem nossa canção, e sim, se você for, quem há de me lembrar como cantar uma melodia sem letra? Só vão ficar os ecos dos refrões que você repete e eu me apego, como querendo que sua voz não se perdesse no tempo. Não quero que fique, não vou lhe acorrentar (seja com seda, seja com ferro)... “infinita tua beleza, como podes ficar presa, que nem santa num altar?” só te peço que não corra, e perdoe minhas pernas lentas. Não esqueço, flor de som, não esqueço de tudo que me é longe, mas me perco, e de longe quem consegue ver os detalhes que se misturam? Não esqueço das nuvens, dos poemas calados, dos silêncios e seu olhar. Mas vai partir? que meu coração é mais de barro que de aço e se o quebra, congela. Talvez meu mar seja muito fundo para nadar, mas qualquer infinito é navegável a barquinhos de papel, e que tempestade nega o céu acima?
Queria poder te dizer sem palavras, mas não vá, que no canteiro que plantamos as flores só nasceram botões.
 
 

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